Biomas Brasileiros
Biomas são as maiores áreas contínuas de um mesmo tipo de ecossistema (plantas e animais) que conseguimos reconhecer em nível nacional. É uma paisagem que reúne os diversos elementos da natureza.
A vegetação natural típica da região do município de Franca – SP é composta pela associação de dois biomas principais: Cerrado e Mata Atlântica. O Cerrado predomina ocupando áreas de relevo mais elevadas e de solos pobres (arenitos) e a Mata Atlântica é encontrada nas encostas e regiões de relevo mais baixo como os vales fluviais de solos mais ricos e matas ciliares. (Inventário, Diagnóstico e Prognóstico da Arborização Urbana do Município De Franca / SP, 2019)
Conheça os Biomas
Amazônia
Comemoração: O Dia Nacional da Amazônia é celebrado em 5 de setembro.Área aproximada: 4.196.943 km²
Área que ocupa no Brasil: 49,29%Vegetação: Floresta Tropical
Clima: Equatorial Úmido
Temperatura média anual: 22-28ºC
Estados: Acre (100%), Amapá (100%), Amazonas (100%), Pará (100%), Roraima (100%), Rondônia (98%), Mato Grosso (54%), Maranhão (34%) e Tocantins (9%).
População: 24 milhões de brasileiros (80% dessa população vive no meio urbano).
Animais (espécies): 4.200 espécies catalogadas. O total pode chegar a mais de 2 milhões de espécies. Entre elas: 163 anfíbios, 240 répteis, 1.000 aves, 311 mamíferos, 1.800 borboletas e 3.000 abelhas.
Flora (espécies): 2.500 espécies de árvores e 30 mil espécies de plantas.
Desafios:
Entre os desafios relacionados à preservação da Amazônia estão: as queimadas, que ocorrem para abertura de pastagens para o gado ou áreas agrícolas (principalmente para o cultivo de soja), alteram o clima e ampliam o efeito estufa no planeta; uso de mercúrio pelos garimpeiros, o que contamina os rios e os peixes, afetando a sobrevivência das tribos que moram no local; destruição de nascentes e das florestas que protegem os rios; poluição das águas pelo uso dos rios como esgotos não canalizados; o desmatamento ilegal e predatório, que desencadeia um desequilíbrio no ecossistema da região; e o uso inadequado do solo, que leva ao seu desgaste precoce e necessidade de abertura de novas frentes de desmatamento.
Uma das consequências do desmatamento da Amazônia é a seca causada em outras partes do país, pois a umidade da vegetação deste bioma ajuda a regular a quantidade de chuvas em outras regiões.
Dicas para preservar a Amazônia:
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Evite cortar árvores para cultivar alimentos e/ou criar animais. Você sabia que muitas espécies de plantas se desenvolvem muito bem na sombra? Veja alguns exemplos: Açaí, banana, carambola, cacau, goiaba, graviola, jenipapo, mamão, pupunha-palmito, taperebá e tucumã.
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Evite queimadas. Além da fumaça, o fogo pode matar muitas espécies de animais e plantas nativas.
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Faça a retirada conscientemente de recursos ofertados pelas florestas (e.g. frutos, madeira, caça, pesca), respeite o período de reprodução e retire somente a quantidade necessária para sua subsistência.
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Evite construir sua casa e outras edificações em regiões de várzeas, igapós e rios. Além de proteger sua família de uma possível enchente, também protege as margens desses corpos “d’água, evitando erosão, assoreamento e mortalidade de peixes e animais de água doce”.
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Seja gentil no trânsito, respeite a sinalização e os limites de velocidade. Ações como esta evitam o atropelamento de pessoas e animais silvestres.
Caatinga
Comemoração: O Dia Nacional da Caatinga é celebrado em 28 de abril.
Área aproximada: 844.453 km²
Área que ocupa no Brasil: 9,2%
Vegetação: Formada basicamente por plantas xerófilas, adaptadas ao clima seco e à pouca quantidade de água
Clima: Tropical semiárido
Temperatura média anual: 27-29ºC
Estados: Ceará (100%), Paraíba (92%), Rio Grande do Norte (95%), Pernambuco (83%), Piauí (63%), Bahia (54%), Sergipe (49%), Alagoas (48%), Minas Gerais (2%) e Maranhão (1%).
População: 27 milhões de brasileiros.
Animais (espécies): 178 mamíferos, 591 aves, 177 répteis, 79 anfíbios, 241 peixes e 221 abelhas.
Flora (espécies): 900 espécies catalogadas, das quais 323 são endêmicas (exclusivas da Caatinga).
Desafios:
A Caatinga também é atingida por queimadas e pelo desmatamento (causado pelo consumo de lenha nativa, explorada de forma ilegal e insustentável, e pelo uso das áreas de vegetação para pastagens e agricultura). Este bioma está sofrendo um processo de desertificação, causado principalmente pela perda da vegetação natural. Isso também traz consequências para os rios e o abastecimento das comunidades locais.
Por ser semiárido, com um período anual chuvoso e outro seco, com secas frequentes, criou-se no imaginário nacional a ideia de um espaço empobrecido, como se não fosse possível plantar, criar e cultivar.
Porém, o clima seco e o sol abundante hoje são percebidos pelo governo, por universidades e organizações não governamentais, como poderosos potenciais para a geração de energia solar e para o cultivo de frutas específicas (cajá, maracujá, umbu e outros). Além disso, a Caatinga proporciona o melhor alimento para a criação de animais de pequeno e médio porte, como cabras, ovelhas e outros adaptados ao clima semiárido.
Dicas para preservar a Caatinga:
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Evite o desmatamento e queimadas. Estes impactos prejudicam a captação de água no solo e pode reduzir ainda mais a quantidade de chuva na região.
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Plante árvores nativas e frutíferas logo após o período chuvoso (fevereiro e março). As árvores frutíferas atraem aves e outros animais, melhoram a qualidade do solo e proporcionam sombra nos períodos mais quentes do dia.
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Utilize outras fontes de energia que não seja a queima da madeira. A destruição das áreas verdes contribui para a seca e pode levar a extinção de espécies.
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Caso necessite cortar árvores, é aconselhável cortar galhos ou deixar tocos e não arrancá-las totalmente. Muitas árvores da Caatinga conseguem se regenerar por meio de rebrota dos tocos. Para que isso aconteça, a área não deve ser queimada.
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Uma boa alternativa para conter a erosão é o reflorestamento. Isso auxilia também na preservação das espécies.
Cerrado
Comemoração: O Dia Nacional do Cerrado é celebrado em 11 de setembro.
Área aproximada (km²): 2.036.448
Área que ocupa no Brasil: 23,92%
Vegetação: Savana, subclassificada em: cerradão, cerrado, campo sujo e campo limpo
Clima: Tropical Sazonal de inverno seco
Temperatura média anual: 22-23ºC
Estados: Goiás (97%), Maranhão (42,1%), Mato Grosso do Sul (59,3%), Minas Gerais (46,7%) e Tocantins (75,6%), Mato Grosso (48,3%), Maranhão (42,1%), Piauí (38,6%), São Paulo (30,6%), Bahia (21,4%), Rondônia (6,7%), Paraná (2,7%) e Pará (0,1%).
População: 22 milhões de brasileiros
Animais (espécies): Mais de 320 mil espécies. Entre elas: 200 mamíferos, 830 aves, 180 répteis, 150 anfíbios e 1.200 peixes.
Flora (espécies): 23 mil espécies vegetais, sendo 11 nativas e dessas, 4.000 são endêmicas (se desenvolvem apenas nesse local) e 220 possuem propriedades medicinais.
Especialistas consideram o Cerrado como o berço das águas, já que nele estão localizados três grandes aquíferos (Guarani, Bambuí e Urucuia), responsáveis pela formação e alimentação de importantes rios do continente. Este bioma também é considerado a área de savana mais rica do mundo, devido a sua grande biodiversidade. O conjunto de seres vivos dessa região representa 5% da fauna mundial.
O Cerrado é considerado um hotspot, termo que se refere ao conjunto de áreas do planeta com alta biodiversidade e que se encontram ameaçadas.
Desafios:
Muitas áreas do Cerrado, fundamentais para a conservação da biodiversidade e dos recursos hídricos, estão sendo ocupadas e exploradas de forma desordenada pelo agronegócio. O monocultivo (cultivo de uma única espécie em grandes áreas); típico do agronegócio, exige o desmatamento de grandes áreas, o que compacta o solo, modifica sua química e por consequência, a vegetação.
Outra questão importante a ser pensada é o assoreamento dos rios, isto é, o acúmulo de terra, areia, argila ou outros detritos que modificam o caminho das águas.
Dicas para preservar o Cerrado:
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Evite queimadas. Sabemos que muitas espécies do Cerrado são adaptadas ao de fogo, mas as queimadas frequentes enfraquecem as plantas e matam animais, podendo levá-los à extinção.
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Retire do Cerrado somente o que for para sua subsistência. Respeite o período de reprodução de cada espécie.
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Evite cultivar plantas não nativas do Cerrado. O capim gordura, por exemplo, serve de alimento para o gado, mas cresce rapidamente em áreas abertas, sufocando espécies nativas e contribuindo para o alastramento do fogo em caso de queimadas.
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Evite o desmatamento das matas ciliares, topos de morro, e encostas. Essas áreas são importantes para a manutenção da qualidade das águas, do solo e da captação de água, que muitas vezes abastece a sua cidade.
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Seja gentil no trânsito, respeite a sinalização e os limites de velocidade. Ações como esta evitam o atropelamento de pessoas e animais silvestres.
Mata Atlântica
Área aproximada: 1.110.182 km²
Área que ocupa no Brasil: 13,04%
Vegetação: Floresta tropical, com árvores de médio e grande porte
Clima: Tropical e subtropical úmido
Temperatura média anual: 15-21ºC
Estados: Espírito Santo (100%), Rio de Janeiro(100%), Santa Catarina(100%) Paraná (98%) e pequenas partes de Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Sergipe, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo.
População: 120 milhões de brasileiros
Animais (espécies): 992 aves, 372 anfíbios, 200 répteis, 270 mamíferos, 350 peixes
Flora (espécies): Mais de 20 mil espécies, sendo que 8 mil delas são endêmicas.
Desafios:
A destruição da Mata Atlântica, que começou no ínicio da colonização europeia com a extração do pau-brasil, reduziu o ecossistema e levou muitas espécies à extinção. Mesmo com toda a erosão, cerca de 100 milhões de brasileiros dependem da floresta para a produção de água, manutenção do equilíbrio climático e controle da erosão e de enchentes.
O desmatamento para produção de papel é outro desafio a ser enfrentado, pois os maiores produtores de papel do Brasil estão localizados justamente nos estados com Mata Atlântica. Para ajudar a combater esta realidade, pode-se começar pelos chamados “3 Rs”: reduzir, reutilizar e reciclar.
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Reduzir a quantidade de folhas utilizadas, fazendo impressão consciente (somente do que é realmente necessário) e utilizando, sempre que possível, arquivos digitais.
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Reutilizar folhas que não são mais necessárias, usando como rascunho e aproveitando o verso.
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Reciclar tudo que é possível, separando o lixo e dando a destinação correta.
Dicas para preservar a Mata Atlântica
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Evite o desmatamento. Essas áreas são importantes para a manutenção da biodiversidade, da qualidade das águas, do solo e da captação de água, que muitas vezes abastece a sua cidade.
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Nunca compre plantas ou animais silvestres provenientes da Mata Atlântica sem saber a procedência. Eles podem ter sido extraídos ilegalmente.
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Plante árvores nativas em pastos, margens de rios e açudes que tiveram suas áreas degradadas. Isso contribuirá para a regeneração da mata e manutenção da vida, incluindo a sua.
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Evite queimadas. Além da fumaça, o fogo pode matar muitas espécies de animais e plantas nativas.
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Retire da Mata Atlântica somente a quantidade de recursos necessários à sua subsistência (e.g. frutos, madeira, caça, pesca). Respeite o período de reprodução de cada espécie.
Pampa
Área aproximada: 176.496 km²
Área que ocupa no Brasil: 2,07%
Vegetação: Gramíneas (vegetação rasteira que varia de 10 a 50cm de altura)
Clima: Clima temperado
Temperatura média anual: 18ºC
Estado: Rio Grande do Sul
População: 2,6 milhões de brasileiros
Animais (espécies): 100 espécies de mamíferos, 475 aves e 50 peixes. Sendo que 40% são endêmicos.
Flora (espécies): Cerca de 3 mil espécies. Entre elas: 70 cactos, 100 árvores, 450 gramíneas e 150 leguminosas.
Desafios
Entre os principais problemas enfrentados pelo Pampa estão a erosão decorrente do desmatamento e a exploração excessiva do solo. Com a perda de nutrientes e de áreas de apoio (plantas), o solo escorre pelas encostas, causando, muitas vezes, o assoreamento dos rios.
A compactação do solo reduz a infiltração de água e influencia no reabastecimento dos lençóis freáticos. Além disso, a retirada da vegetação das margens tira a proteção natural dos rios, o que também pode provocar seu assoreamento.
Outra dificuldade presente neste bioma é o cultivo de plantas exóticas. Por exemplo: Eucalipto e Capim annoni são espécies que retiram os nutrientes necessários e não fazem parte do ciclo natural dos Pampas, então não repõem os nutrientes utilizados. Como consequência, ocorre a rápida degradação e descaracterização das paisagens naturais. Essa diminuição da biodiversidade compromete o potencial de desenvolvimento sustentável da região, pela perda de espécies de valor forrageiro, alimentar, ornamental e medicinal. E, ainda, por comprometer os serviços ambientais proporcionados pela vegetação campestre, como o controle da erosão do solo e das mudanças climáticas.
Dica para preservar os Pampas
Evite o plantio de espécies exóticas (não nativas dos Pampas). Muitas espécies exóticas se reproduzem rapidamente e podem matar espécies nativas e reduzir a biodiversidade.
Pantanal
Área aproximada: 150.355 km²
Área que ocupa no Brasil: 1,76%
Vegetação: Florestas baixas, cerradões, cerrados e campos inundáveis.
Clima: Tropical úmido
Temperatura média anual: 24ºC
Estados: Mato Grosso e Mato Grosso do Sul
População: Mais de 1 milhão de habitantes
Animais (espécies): 325 peixes, 41 anfíbios, 113 répteis, 463 aves, 1.032 borboletas, 124 mamíferos
Flora (espécies): Mais de 3 mil espécies
Desafios
Grandes áreas ocupadas pela pecuária e pelo plantio de cana de açúcar (que dificultam a preservação ambiental), pesca predatória (que reduz as reservas pesqueiras e pode provocar a extinção de algumas espécies), caça ao jacaré e garimpo de ouro e pedras preciosas são os principais desafios que fazem parte da realidade atual do Pantanal.
Pelas belas paisagens e riqueza de animais, o Pantanal desperta o interesse de muitos turistas nacionais e internacionais. Mas essa movimentação, por vezes, causa alguns excessos, desrespeitando o espaço das espécies nativas.
Dicas para preservar o Pantanal
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Vai pescar? Então consulte sobre autorização e respeite as regras e o período de reprodução dos peixes. Muitas espécies podem desaparecer por causa da pesca predatória e irresponsável.
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Não compre animais silvestres. Estes animais podem ter sido retirados ilegalmente da natureza.
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Não corte árvores. Elas podem servir de abrigo para as várias aves que vivem e/ou visitam sazonalmente o Pantanal.
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Seja cuidadoso no trânsito, respeite a sinalização e os limites de velocidade. Ações como esta evitam o atropelamento de pessoas e animais silvestres.